O Budismo é conhecido como uma doutrina religiosa, espiritual e filosófica, baseada nos ensinamentos de Buda Sakyamuni ou Siddhartha Gautama. Por meio do Budismo, acredita-se que o caminho para a libertação está na consciência e ela pode ser alcançada com práticas espirituais, como a meditação e o Yoga.
O Budismo é uma das maiores religiões do mundo e une milhares de praticantes, segundo dados do IBGE, somente no Brasil são mais de 250 mil budistas.
Ao contrário das doutrinas teístas, no budismo não existe um Deus. Não se acredita que uma divindade em específico deve ser adorada, mas, sim, que guias espirituais devam ser seguidos. No budismo ensina-se que seus seguidores devem se desapegar de tudo o que transitório neste planeta.
Reencarnações e estágios de vida
No Budismo, acredita-se que existam estágios diferentes de vida e em termos específicos, como o Nirvana, a Reencarnação, o Carma e o Renascimento.
Nirvana: estágio de iluminação e elevação, que não pode ser visto ou ensinado, apenas percebido pelo praticante. Seria o estado livre da dor que o mundo físico nos causa;
Reencarnação: chamado de Samsara, de acordo com o Budismo, a reencarnação – renascimento de um mesmo espírito após a morte – é válida, inclusive, para animais e plantas, e que ela pode acontecer de uma matéria para outra, como um homem que reencarna em uma árvore ou um animal que reencarna em uma mulher, por exemplo;
Carma: durante os estágios e reencarnações, o Budismo acredita que suas ações terão consequências que vão impactá-lo nas próximas encarnações.
Renascimento: é o nome dado ao início de um novo ciclo vital, onde o individuo deve procurar merecer moradias mais puras, se melhorando em pensamento e meditação.
História do Budismo
Buda, chamado de O Iluminado, nasceu na Índia, em meados dos anos 500 a.C, mas seu nome verdadeiro era Siddhartha Gautama. De acordo com a história do Budismo, ele foi educado e treinado para ser um guerreiro, já que pertencia a realeza, porém, por volta de seus 30 anos, Siddhartha abriu mão de tudo, quando teve conhecimento do sofrimento e pobreza que afetavam grande parte da população.
Ele raspou a cabeça, demostrando humildade e trocou seus trajes elegantes por roupas simples. Em isolamento, Siddartha objetivou chegar a uma ideia que pudesse acabar com toda a pobreza e fome, se tornando um dos discípulos dos ascetas. Após compreender a causa de todo o sofrimento e entender os caminhos para sua extinção, Buda seguiu proferindo ensinamentos, como as Quatro Nobres Verdades – onde serão exigidas do discípulo pureza em diferentes vertentes, como na vontade, na linguagem, na fé, na meditação e na vida – e o Nobre Caminho de Oito Passos – que traz passos importantes para a superação do sofrimento.
Faleceu aos 80 anos, disseminando ensinamentos de bem, de domínio da mente e de equilíbrio espiritual. Segundo ele, “o ódio não termina com o ódio, mas com o amor”.
As Quatro Nobres Verdades ou as Quatro Verdades Sagradas do budismo são:
- A verdade é que o viver é sofrer;
- O sofrimento tem a sua origem nos desejos do ser humano;
- É possível eliminar o sofrimento se forem eliminados os apegos e desejos;
- Para eliminar o sofrimento é preciso seguir o Nobre Caminho Óctuplo – o Nobre Caminho de Oito Passos.
Já o Nobre Caminho de Oito Passos, é a união de oito práticas que resultam em um treinamento para extinguir o ódio e a ganância dentro de cada um dos discípulos. São elas:
- Compreensão: entender e compreender as Quatro Nobres Verdades e entender como elas funcionam em sua essência;
- Pensamento: o pensamento e ideia de renúncia a coisas e desejos, desenvolvendo qualidades, evitando disseminar o mal em qualquer uma das formas;
- Fala: não mentir, não falar em vão, amenizar as palavras, extinguindo a calúnia e a aspereza, exaltando a verdade, a harmonia e a união;
- Ação: não ter aquilo que não te pertence e abster-se da conduta sexual imprópria;
- Meio de vida: uma forma de manter a vida equilibrada, sendo bom com os outros seres, extinguindo a mesquinhez e escolhendo uma forma de trabalho digna, que não vá contra os princípios da doutrina;
- Esforço: abandonar os estados prejudiciais da vida e se esforçar para melhorar sempre;
- Consciência: desenvolver consciência de corpo, de mente e de fala;
- Concentração: ser harmonioso, ter estabilidade e buscar sempre o foco mental naquilo que se busca.
De acordo com Buda, a dor é universal e sua causa reside no desejo de coisas que não podem satisfazer o espírito e, após renunciar aos desejos mundanos, o homem tem seu sofrimento terminado.
A doutrina Budista também possui duas grandes ramificações no mundo, a escola Theravada e a Mahayana, a qual o Budismo Tibetano pertence. O Budismo Tibetano, conhecido como Lamaísmo, é uma das mais conhecidas doutrinas, tendo o Dalai Lama – Tenzin Gyatso – como seu representante maior.
A Gema Tripla
No Budismo, é chamada de Gema Tripla as três joias da doutrina, que são as bases de suas práticas, o que dá a força essencial para que o caminho de cada um seja seguido, aceitando aquilo que não pode ser mudado, com muito autoconhecimento, discernimento e consciência: o Darhma, o Sangha e o Buda.
O Darhma é o nome dado a doutrina pregada e disseminada por Buda, O Sangha é o nome designado aos grupos formados pelos discípulos do Budismo. E o Buda, como já dissemos acima, é o Iluminado, o grande discípulo.
As principais figuras do budismo
O budismo é uma das religiões mais antigas do mundo, com raízes que se remontam ao século 6 a.C. No entanto, o budismo ganhou maior relevância no século 3 a.C., quando foi fundado por Siddhartha Gautama, o Buda histórico. Desde então, o budismo tem sido influente na cultura e nas religiões de muitas partes do mundo, especialmente na Ásia.
As principais figuras do budismo são os seguintes:
Siddhartha Gautama (563-483 a.C.), conhecido como Buda Shakyamuni ou simplesmente Buda: foi um príncipe indiano que abdicou de sua vida luxuosa para se tornar um asceta e, finalmente, um iluminado. Suas ensinamentos foram registrados pelos seus seguidores e formaram as bases do budismo.
Mahavira (599-527 a.C.): foi um líder religioso contemporâneo de Buda e fundador da jainista. Embora muitas das suas crenças fossem diferentes de Buda, ele foi influente na formação do budismo.
Padmasambhava (8th século): foi um guru místico indiano que viajou para o Tibete e ajudou a estabelecer o budismo na região. Ele é especialmente conhecido por ter se tornado uma das principais figuras do tantra budista.
Atisha (983-1053): foi um renomado mestre e autor tibetano responsável pelo renascimento do budismo no Tibete. Ele escreveu vários tratados importantes sobre temas como a meditação, a prática espiritual e as ensejanças da iluminação.
Tsongkhapa (1357-1419): foi um importante líder religioso tibetano que fundou a escola Gelugpa do budismo tibetano, que se tornou a mais influente do país. Ele também foi autor de vários tratados sobre as ensinanças do Buda.
Dalai Lama (século-presente): é o líder espiritual dos budistas tibetanos e um dos principais líderes espirituais da Ásia. Ele é conhecido por defender os direitos humanos e promover a paz no mundo.
O budismo no mundo de hoje
O budismo é uma das religiões mais antigas do mundo e tem seus seguidores espalhados por todos os continentes. No entanto, a maioria dos Budistas vive na Ásia, especialmente na China, Tailândia, Vietnã, Sri Lanka, Coreia e Japão.
No mundo de hoje, o budismo está crescendo rapidamente na América do Norte e Europa. Em alguns países, como os Estados Unidos da América, o número de Budistas já ultrapassa o número de Católicos!
Apesar disso, o budismo ainda é considerado uma religião “exótica” pelo Ocidente e muitos Budistas enfrentam preconceitos e dificuldades para praticar sua fé.
Qual diferença entre budismo e hinduísmo
O budismo e o hinduísmo são duas das religiões mais antigas do mundo. Ambas as religiões têm origem na Índia, mas o budismo se originou mais tarde do que o hinduísmo. As principais diferenças entre os dois estão nas crenças e nos ensinamentos.
O hinduísmo é uma religião politeísta, o que significa que acredita-se em vários deuses. Os hindus acreditam que existe um Deus supremo, chamado Brahman, que é a essência de todas as coisas. O objetivo da vida humana é alcançar a união com Brahman, após a morte. Para os hindus, a alma humana é imortal e passa por um ciclo de renascimentos até chegar à iluminação. As pessoas podem melhorar sua posição no ciclo de renascimentos através da prática de boas ações e da meditação.
O budismo, por outro lado, é uma religião não-teísta, o que significa que não acredita em deuses. Os budistas acreditam que a vida é difícil e cheia de sofrimento, mas que pode ser superada através da prática da compaixão e do desapego dos desejos mundanos. Eles acreditam no ciclo interminável de renascimentos, mas também sabem que as boas ações podem levar as pessoas a libertação. A iluminação, para os budistas, é alcançada quando se atingem estados mentais elevados de consciência e compaixão.
Budismo no Brasil
O Budismo é uma religião que surgiu na Índia, há mais de 2.500 anos atrás, com o fundador Siddhartha Gautama, mais conhecido como Buda. Nos países ocidentais, o termo “budismo” costuma ser usado para se referir a toda a tradição religiosa e filosófica oriental que seguem os ensinamentos de Buda. No entanto, na Ásia, existem diversas escolas e vertentes do budismo, cada uma com suas próprias crenças e práticas.
No Brasil, o primeiro grupo de budistas foi formado por imigrantes japoneses no início do século XX. A partir da década de 1960, surgiram outros grupos de budistas brasileiros, compostos por brasileiros nativos ou descendentes de imigrantes chineses, coreanos e tailandeses.