A sigla RPG vem do inglês Role Playing Game, que em português significa jogo de interpretação de papeis. Estes são jogos nos quais os jogadores criam personagens para participarem de uma história que será contada por um mestre de jogo ou narrador.
Assim, cada participante interpretará o seu personagem dentro da história narrada pelo mestre. O que acontece na narrativa, nas batalhas e o desfecho da história dependerá da interpretação de cada jogador, das decisões de cada personagem e, também, da rolagem de dados definida pelas regras do jogo.
O cenário dos jogos de RPG pode ser, literalmente, qualquer um possível! Sociedades medievais, distópicas, futuristas, realistas, fantásticas, as possibilidades são infinitas. Há diversos tipos de cenários e histórias já criadas para jogos de RPG, porém, por ser um jogo que se passa na imaginação dos participantes, é comum que os mestres de jogo criem o seu próprio mundo para narrar a história.
Nos jogos de RPG, não há vencedores e perdedores, todos os personagens trabalharão juntos para superar desafios coletivos. Nesses jogos, o trabalho em equipe e a socialização são essenciais para o sucesso do grupo.
Os jogos de RPG podem ser jogos de mesa ou eletrônicos. Nos dois casos, o conceito do jogo é o mesmo: a interpretação de um personagem dentro de uma história.
Como funciona o RPG de mesa?
Antes da partida, os jogadores e o mestre definem qual será o sistema de regras utilizado no jogo. Existem diversos sistemas, como D&D, Tunnels&Trolls, Call of Cthulhu, Pathfinder etc.
Após a definição das regras, o mestre do jogo define o mundo onde a aventura acontecerá. A escolha do cenário é importante para que os jogadores possam criar personagens “aptos” para a aventura que irão enfrentar.
Então, cada jogador irá criar o seu personagem usando como base as regras do sistema escolhido. A maioria dos sistemas oferece um modelo de ficha de personagem e nessa ficha irá conter todas as características que aquele personagem terá. A criação do personagem deve obedecer às regras do jogo, mas o jogador é livre para definir:
- Classe a qual pertence o personagem;
- Raça do personagem;
- Aparência;
- Idade;
- Ideais;
- Qualidades e defeitos.
Uma vez escolhidas essas características, é importante que o jogador crie uma história de vida para o seu personagem. De onde ele veio, o que ele gosta de fazer, como é sua família, quais são seus medos e traumas, quais são seus pontos fortes e maiores aspirações. Tudo isso ajuda o jogador a interpretar o seu personagem e interagir com os outros e com o mundo ao seu redor.
Após a criação dos personagens, o jogo começa de verdade! O mestre iniciará a narração da história e cada jogador terá a possibilidade de viver na pele do personagem que criou. Para isso, no RPG de mesa, usa-se apenas a descrição das ações e o diálogo. Cada jogador irá, portanto, interpretar seu personagem e descrever os seus movimentos e atitudes para os outros jogadores e para o mestre.
Diferente do que muitas pessoas pensam, jogos de RPG não exigem que o jogador se vista como o seu personagem e faça, na realidade, as ações que ele faz. Toda a história se passa na imaginação dos jogadores e, assim, embora seja possível que você faça um cosplay e use uma fantasia de seu personagem, isso não é obrigatório.
Como funciona a rolagem de dados no RPG de mesa?
Muitos eventos das partidas de RPG são definidos pela rolagem de dados. Sem dúvidas, esse é um dos aspectos que torna esse tipo de jogo tão emocionante e imprevisível. Em todo sistema de regras dos jogos de RPG, são os dados que decidem o desfecho de diversas situações.
Em batalhas, dados são rolados para determinar tentativas de ataque e defesa. Em situações de sorte, os dados irão definir o destino dos personagens. Quando um personagem deseja abrir uma porta trancada, investigar um local em busca de armadilhas, convencer alguém a fazer algo… Tudo isso terá sucesso ou falha conforme a rolagem dos dados.
Aqui vai um exemplo!
“MESTRE: Vocês estão em uma caverna iluminada apenas pela tocha que estão segurando. Após andarem por 5 minutos, chegam a uma bifurcação no caminho. Para qual lado vocês querem ir?
JOGADOR: Eu gostaria de olhar para o chão e ver se encontro algum tipo de rastro ou pegada de alguma criatura seguindo um dos dois caminhos da bifurcação.
MESTRE: Faça um teste de investigação, por favor.
JOGADOR rola um dado e obtém resultado 1.
MESTRE: Infelizmente você está com dificuldade de enxergar qualquer coisa, pois o local está muito escuro. Você não encontra pistas ou rastros em nenhum dos dois caminhos.”
Nessa situação, o jogador rolou o dado e tirou 1 como resultado, isso significa que ele obteve o pior resultado possível nessa rolagem. Logo, a sua tentativa de encontrar as pistas que procurava foi falha. Caso esse jogador tivesse rolado um número maior, que ultrapassasse o nível de dificuldade para investigar pegadas, o seu teste seria bem sucedido e o mestre iria descrever para ele o que seu personagem encontrou.
Cada sistema de regras determina quais serão os dados usados no jogo. Há diversos tipos de dados, além do convencional d6, o dado de 6 lados que conhecemos.
Usualmente, os jogos de RPG usam o d20 (um dado de 20 lados) para a rolagem de testes. Porém, outros dados também são utilizados no jogo: o d4 (4 lados), o d6 (6 lados), o d8 (8 lados), o d10 (10 lados), o d12 (12 lados) e um dado de porcentagem chamado d10% (10 lados).
Quais são os benefícios dos jogos de RPG?
Devido à popularidade dos jogos de RPG, muitos cientistas se interessaram por estudar a influência desse tipo de jogo em seus jogadores. Com base nas descobertas dos benefícios que o RPG traz para quem se envolve com o jogo, muitos profissionais passaram a aplicar o RPG na pedagogia, psicologia e até em processos seletivos de empresas.
Confira os principais benefícios do RPG!
Estimula a criatividade
Sem dúvidas, o estímulo da criatividade é o ponto mais óbvio de um jogo de RPG. O uso da imaginação é necessário desde o início do jogo, passa por todo o processo de criação de um personagem, até a visualização do mundo da narrativa e criação de soluções para um desafio.
Promove a socialização e a inclusão
O RPG é um jogo em grupo e baseado no diálogo e na comunicação de ideias, logo, ele promove a socialização entre seus jogadores. Como é um jogo de interpretação de papeis, o RPG ajuda na superação da timidez de seus jogadores, pois cria um espaço onde tudo é possível.
Por ser um jogo cooperativo, o grupo de jogadores deve trabalhar junto para obter sucesso em conjunto. No RPG, não existe um vencedor e um perdedor, a construção da história é coletiva e o sucesso do grupo depende da colaboração e das virtudes de todos da mesa.
Estimula a capacidade cognitiva
A cognição relaciona-se ao processo de aquisição do conhecimento e pode ser definida, em termos simples, por ser a forma como o cérebro humano percebe, reflete, aprende e se recorda das informações captadas.
O RPG estimula a percepção de seus jogadores, estimula-os a manterem a atenção no jogo e memorizarem informações diversas. Além disso, os jogos exigem capacidade de raciocínio e habilidade de comunicação. Tudo isso desenvolve a capacidade cognitiva.
Além de tudo isso, jogar RPG incentiva o hábito de leitura, desenvolve capacidades de interpretação, é uma excelente forma de praticar habilidades matemáticas e estimular o pensamento estratégico.